sábado, 5 de março de 2011

O Volante

Foto: E. Cecconi - Globo Esporte
Há quanto tempo não temos um volante que jogue com a cabeça levantada, organizando, com qualidade, as jogadas de ataque e contra-ataque no futebol brasileiro? Talvez encontremos um ou dois com esse perfil. Mas será que algum desses bate na bola com perfeição e violência, sendo exímio cobrador de faltas e artífice de lançamentos milimétricos de 40m? Será que temos algum atleta com estas características e mais, que ainda seja o líder do time, o xerifão, o representante do técnico em campo?

Pois o Grêmio tem esse atleta! Fábio Rochemback (foto) pode ser titular em qualquer clube brasileiro na atualidade. Junto com Vitor são as grandes afirmações do time tricolor e deverá ser uma opção para o técnico Mano Menezes na meia cancha da seleção brasileira em breve. Sua vinda para o clube foi uma aposta corajosa de André Krieger, então diretor de futebol do Grêmio, minimizando, junto à torcida, as origens do atleta que teve seu início de carreira no coirmão.

A trajetória dele no Grêmio não foi tranquila, afetado por lesões e troca de treinadores desde que chegou no Olímpico, Fábio Rochemback teve em Renato o avalista de sua condição. Portalupi deu ao jogador a confiança e a tranquilidade para atuar em campo, do jeito que gosta de jogar, comandando a destruição da jogada do adversário em seu campo e, ato contínuo, de cabeça levantada, formatando a jogada de ataque e distribuindo a bola para os laterais que avançam ou para o pivô que sai da área, com precisão no passe, mesmo de longa distância, e, muitas vezes, aparecendo de surpresa para um arremate violento e com direção, ao gol adversário.

Num ano de incertezas tricolores, em face da péssima gestão dos assuntos da instituição - até então era o time do Renato e a Arena que escapavam do mar de tolices - salva-se o comando técnico de Renato Portalupi e a brava e profissional atuação do plantel gremista, com destaques e confirmações que enchem os olhos da torcida e apontam para a disputa de títulos importantes em 2011.

A Arena, como todos já devem saber, está interditada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, por condição desumana imposta aos trabalhadores pela OAS, junto com uma greve por melhores condições e salários. Enquanto isso acontece, com a complacência da Grêmio Emprendimentos, do Sr. Eduardo Antonini, a equipe deste e a direção comemoram, junto com a construtora, o sucesso da obra, numa feijoada no litoral.

Rezemos todos para que o time do Renato não siga os exemplos de como não gerir bem, que a direção do Grêmio está dando.

Saudações tricolores!

O Editor

terça-feira, 1 de março de 2011

Aos associados do Grêmio

A Associação Grêmio Unido, ciente do compromisso com seu objetivo primeiro, de ser um elo entre o quadro social e o Conselho Deliberativo do Grêmio vem, mais uma vez, consultar os associados do clube, através da enquete ao lado, sobre questão de grande relevância e, desde já, manifestar repúdio pela gestão onipotente conduzida pelo Sr. Paulo Odone, insistindo com ações temerárias, que podem trazer prejuízos incalculáveis e irremediáveis à agremiação - como foi no caso "Ronaldinho" -, ao lançar o Grêmio noutra aventura e tentar negociar diretamente com a Rede Globo, os direitos televisivos do campeonato brasileiro.

Não bastasse negar apoio à maior figura dirigente do clube, seu maior presidente e multicampeão Fábio Koff, que dirige os interesses dos grandes clubes, ignora amazonicamente os Conselhos Deliberativo e Consultivo do Grêmio, instâncias hierarquicamente superiores à direção, em questões de relevância absoluta, como os dois casos citados, ambos na faixa de valor próximo de R$ 100.000.000,00/ano (cem milhões de reais/ano).

Financeiramente a atitude leviana do Sr. Paulo Odone também não se sustenta, tendo em vista que uma proposta da Rede Record, via licitação do Clube dos 13, segundo os especialistas do mercado, aponta para um faturamento anual na casa dos oitenta a cem milhões, com garantia de 3 anos de contrato, valor que a Rede Globo já descartou pagar ao clube, inclusive por revelação do próprio Paulo Odone, que deu entrevistas à imprensa local, dizendo que TV Globo estaria disposta a pagar 50 a 60 milhões por ano de contrato.

Mesmo que os valores fossem compatíveis é de uma evidência olímpica a atitude solerte do consórcio CBF/GLOBO, em tentar desunir os grandes clubes brasileiros, promovendo um racha no Clube dos 13, consolidando o poder do Sr. Ricardo Teixeira, por um lado e por outro perpetuando o monopólio da Rede Globo sobre o futebol brasileiro.

Em longo prazo, uma vitória dos interesses escusos acima citados, levaria nosso clube a uma situação de absoluta insegurança com relação a este item de sua receita, o maior dela, pelo enfraquecimento do poder de negociação, sendo relegado a uma segunda categoria no palco do futebol brasileiro, o que, certamente, não deverá acontecer com Flamengo e Corinthians, avalistas primeiros das ações da CBF/GLOBO, e por isso mesmo premiados e agraciados com altas cotas, títulos que já não esperavam mais, promessa de estádio da copa, preferência absoluta no televisionamento de jogos e outros benefícios impublicáveis.

Por este motivo e por entender que a investida do atual presidente do Grêmio tem conotação política e visa unicamente atingir o seu desafeto Fabio Koff, eis que qualquer outra razão alinhada pela direção carece de seriedade, lógica ou verdade, vimos colher a opinião, através da enquete ao lado, de quem tem o poder máximo do clube, o quadro social, legítimo guardião e último reduto do sentimento de gremismo que une todos nós, para que se manifeste e escolha o que for melhor para o Imortal Tricolor.

Sergei Costa - Conselheiro
Presidente da Associação Grêmio Unido

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Odone e a revanche

O mundo futebolístico cada vez mais sai de campo e frequenta as salas dos executivos dos grandes, mas quase sempre ocultos, protagonistas do esporte mais popular do planeta. Desta vez está em jogo uma instituição fundada pelos maiores interessados, os clubes de futebol, justamente para enfrentar esses momentos de crise e grandes decisões.

No gabinete do presidente da CBF, há muito essa discussão foi aberta, tendo como interlocutores diretores da Globo. Na primeira tentativa de amenizar o poder dos clubes, substituindo o primeiro mandatário do Clube dos 13, colocando no lugar o amigo de Ricardo Teixeira, Sr. Cleber Leite, não deu certo, pois os clubes votaram, na sua maioria, em Fábio Koff.

Agora, na iminência da batida de martelo da licitação, tendo a Rede Record chances reais de sair vitoriosa com sua proposta de 1,3 bilhão, pelos direitos de televisionamento do campeonato brasileiro - o que mais que dobraria o valor recebido pelos clubes -, não restou outra alternativa ao consórcio CBF/GLOBO, senão jogar pesado contra as aspirações do Clube dos 13.

O primeiro míssel foi disparado em direção à Gávea, tendo na ogiva um título de campeão brasileiro como presente. O "acerto" com o Corinthians já havia sido realizado bem antes - e envolveu a destituição do Morumbi da Copa de 2014 e a "nomeação" da futura Arena do Corinthians -, com promessa da Globo de engordar o cheque dos direitos televisivos substancialmente, onde já estaria compensado o valor adiantado pelo Clube dos 13 ao clube do Parque São Jorge, que certamente seria cobrado, quando o presidente corintiano manifestasse desejo de se desfiliar, como fez agora.

Mas isso não chega a surpreender, pois só não conhece o "currículo" do Sr. Ricardo Teixeira e a falta de escrúpulos da Rede Globo, quem não convive com as coisas do futebol. O que realmente surpreende é a faceirice do presidente do Grêmio, Paulo Odone, ao relatar à imprensa as cifras que estaria negociando com a Globo diretamente.

O Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense "cedeu" o presidente do Clube dos 13, Sr. Fábio Koff, ao futebol brasileiro, pela unanimidade nacional em relação aos atributos de honestidade, ética, competência, seriedade, postura e respeitabilidade que a figura deste gremista e Juiz aposentado sugerem à todos que o conhecem.


Assim fica realmente difícil entender a postura do Sr. Paulo Odone.

Que existem divergências políticas entre ele e o Dr. Fábio é notório, mas a ponto de se antecipar nas negociações diretas com a emissora líder, negando apoio ao Clube dos 13 e ao presidente da instituição que representa o Grêmio junto às emissoras de TV é demais. Cheira a revanche política, pois em termos de valores, o Grêmio receberia mais com a proposta – que vasou - da Record, que participa da licitação promovida pelo Clube dos 13. Ou seja, não é verdade que o Grêmio, ao negociar diretamente com a Rede Globo vá ganhar mais do que ganharia com a negociação a cargo do Clube dos 13. É mais provável, isto sim, que a partir dos contratos seguintes, negociando diretamente, venha a ter o valor diminuído, por força da falta de poder na negociação, por estar sozinho.

E o Conselho Deliberativo tricolor, vai deixar nas mãos de Paulo Odone mais essa aventura, que por sinal tem valores parecidos com a proposta que ele fez ao tal jogador que ficou de vir, mas não veio?

O Editor

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Feliz Aniversário

Cesar "Guto" Peixoto
Hoje é um dia especial para a Associação Grêmio Unido. Neste 16 de fevereiro comemoramos o aniversário de nosso associado e ex-presidente Cesar "Guto" Peixoto. 

Parabéns Guto! Que todos os dias de tua vida sejam como o de hoje, cheios de telefonemas de felicitação, e-mails, torpedos, cartas, cartões, beijos, abraços e a maior festa.

Parabéns também ao Grêmio Unido, por contar com tão honrado e prestigioso quadro, e por ter sido conduzido por tão competente e centrada liderança, oportunidade de tantas conquistas de nossa Associação.

Feliz Aniversário Guto! Abraço forte de todos teus amigos do GU.

Saudações Tricolores!

Sergei Costa
Presidente
Associação Grêmio Unido.

Novo Manto

Foto: Jean Schwarz - ClicRBS

Não podia ser mais simbólico o design do novo manto tricolor, relembrando um momento único da história gremista - um divisor de águas - quando o Grêmio, sob o comando do visionário Hélio Dourado alterava para sempre e para cima o patamar de grandeza do clube. O ano de 1981 trouxe o primeiro campeonato brasileiro e abriu caminho para a maior de todas as conquistas tricolores, o Campeonato Mundial em 1983, já sob o comando de outro gigante gremista, Fabio Koff.

Ninguém sabe ao certo quando o conceito da imortalidade emergiu nas células do gremismo, refundando o DNA tricolor, com a inclusão da perenidade entre suas características, trazendo a perpetuidade gremista para o mundo concreto de cada um de nós, mas, penso que a mística da imortalidade tenha uma de suas interfaces no desenho de camiseta que ora resurge, pois lá identificamos as bases dos sentimentos que constituem hoje a nação gremista e seu portfolio de conquistas.

Não podia ser outro o modelo a protagonizar o desfile que inaugura o novo manto tricolor, senão a personificação daqueles tempos de vitórias maiúsculas, diferentes, definidoras da grandeza absoluta que vestimos hoje, o ex-jogador e atual comandante técnico do Grêmio, Renato Portalupi.

Parabéns a direção e em especial ao Diretor de Marketing Paulo César Verardi, pela festa impecável de lançamento da nova camiseta gremista e a todos que contribuíram para o desenvolvimento do design do fardamento 2011, extensivo aos que lançaram o modelo no início dos anos 80.

A Editoria

domingo, 13 de fevereiro de 2011

A crônica abaixo foi postada em 10 agosto de 2010, no meu blog pessoal, com o objetivo de não deixar passar em branco uma atitude maior, de um dirigente honrado, que espalhou luz no nevoeiro ético do futebol brasileiro, enquanto exercia a presidência do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.

Felizmente, para nós gremistas, ele, além de dar exemplo de conduta ética e desportista, tirou do papel o sonho gremista de ter a Arena Tricolor, dando início às obras, trouxe Renato Portaluppi, deixou um plantel pronto para o início da temporada, conquistou a ISSO-9001 para o clube e praticamente exterminou com o maior dos todos os males do Grêmio, o tal condomínio de credores, quitando mais de 85% das dívidas na sua gestão.

Boa leitura!


Exemplo de Dirigente

Recentemente, o futebol brasileiro, através de um de seus protagonistas, deu um exemplo de retidão, profissionalismo e dignidade. O episódio da tentativa de contratação do Sr. Muricy Ramalho, pela CBF, para comandar a seleção brasileira de futebol e a recusa do técnico, em função do acordo apalavrado com o Fluminense, é como um domingo de céu azul e de sol quentinho, no meio do inverno frio e úmido que normalmente caracteriza o futebol brasileiro (...e a nossa Porto Alegre nesta época).

No domingo, após a partida entre Grêmio e Fluminense, válida pelo campeonato brasileiro, em Porto Alegre, o futebol seguia a sua rotina, com a iminência da demissão do técnico, cuja cabeça era pedida pela torcida e que, certamente, não resistiria no cargo após mais uma derrota, desta vez em casa.

A surpresa veio na forma da demissão. Na coletiva de imprensa, ao contrário dos dias de vitória, quem sentou no centro da mesa, tendo um batalhão de repórteres à frente foi o Presidente do clube, tal qual o comandante da nau em perigo no mar adverso, de pé, na proa, olhando no olho da tempestade.

Mais que uma prova de coragem e dignidade, o Sr. Duda Kroeff (foto) dá um exemplo e inaugura um novo formato de retorno ao torcedor do clube, marcado pelo respeito e pela transparência no trato dos interesses da agremiação, ao demitir os responsáveis pelo futebol na frente da imprensa, com humildade, profunda consideração aos profissionais, mas com a autoridade dos puros.

O dirigente, embora contestado por parte da torcida tricolor, em função de escolhas pessoais e decisões que desagradaram a alguns, quase sempre emitiu suas opiniões sobre o futebol e o clube de maneira clara, às vezes causando surpresa pelo discurso franco sobre questões polêmicas e míticas.

O futebol brasileiro necessita com urgência de posturas desse tipo. Assim como a vitória, o futebol tem que mirar a verdade, alicerce das virtudes demonstradas pelo dirigente no episódio da demissão.

Taddeu Vargas
Coordenador de Comunicação
Associação Grêmio Unido

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Comandante

Foto: Wilton Júnior/AE - 4/9/2010

Você lembra há quanto tempo não tínhamos um técnico com o nível de acerto do Renato Portaluppi? Vá pensando, enquanto tento construir uma crônica digna do nosso comandante.

A trajetória se inicia em agosto do ano passado, trazido pela gestão Duda Kroeff, e assumindo o manche da nave gremista em meio a uma tempestade somente comparável a uma outra, que levou o clube à segunda divisão, na metade da década. Para incredulidade geral, inclusive minha, Renato tirou o time da zona do rebaixamento e o conduziu à melhor campanha do segundo turno do Brasileirão 2010, entre todos os participantes, classificando-o para a Taça Libertadores 2011.

A bela e surpreendente campanha foi desenvolvida e conquistada pelo conjunto dos profissionais do Grêmio, mas é inegável e quase palpável a influência das decisões do treinador tricolor no resultado então alcançado, através do comando absoluto do vestiário, das indicações de jogadores baratos e eficientes, que vieram para completar o elenco e, fundamentalmente, por um posicionamento tático ofensivo, de time grande, jogando e ganhando na casa do adversário, como se estivesse na Azenha.

2011 iniciou e ainda não havíamos acordado, pois era um pesadelo atrás do outro, tal foi o desacerto geral da direção gremista no início da temporada, mas bastou a bola sair da salas diretivas e rolar no gramado, para novamente voltar a tranquilidade à torcida gremista. O time já tem a melhor campanha do Gauchão, com direito à vitória no Gre-Nal - ressalva para a palestra de Renato e mexida vital no time no intervalo, virando o jogo, por telefone - e está classificado para fase de grupos da Libertadores, com demonstração de coragem e visão de jogo, retirando o titular Adilson ainda no primeiro tempo do jogo com o Liverpool e colocando no lugar o atleta Vinícius - indicação dele -, que faria os dois gols que selaram a vitória e a classificação.

O comando do treinador não aparece somente no vestiário e no campo, mas na montagem do plantel, com indicações viáveis economicamente e eficazes, tecnicamente, muitas vezes emprestando ao clube seu prestígio pessoal e amizade com atletas, na definição das contratações, como nos casos de Vinícius Pacheco, Rodolfo e a mais recente, do atleta Carlos Alberto. Sem contar o trabalho pontual na recuperação do melhor futebol de atletas, notadamente no caso de Douglas.

Conseguiu lembrar de um técnico com índice de acerto parecido com o do Renato? Eu estou tentando lembrar, e ai me vêm nomes como Telê Santana, Luis Felipe Scolari, mas ainda não vi um portfolio de atributos tão decisivo, como o do atual comandante tricolor, na performance do futebol gremista.

Não é demais lembrar que quando chegou, Renato Portaluppi só era consenso em dois segmentos: direção e torcida. A imprensa e os sábios do futebol aqui no estado do RS julgavam o ex-jogador Campeão do Mundo, um técnico inexperiente e de currículo e projeção menores que o exigido para ocupar o cargo no Grêmio.

O Editor