Os fatos contam uma história triste que podem levar o Grêmio novamente ao inferno, donde saímos aflitos e marcados para sempre, em passado recente.
Este perfil, que se repete, sugere incompetência gerencial das atividades do clube, no âmbito do futebol e até fora dele, nas funções periféricas. No entanto, jamais tivemos um período de tantos desacertos, desmandos, desencontros, equívocos, hesitações, omissões, todos estes, figurantes, regidos pela falta de planejamento, como numa orquestra, em perfeita harmonia, executando uma marcha fúnebre.
A gestão do Sr. Odone foi inaugurada com, talvez, o mais profundo mergulho em águas desconhecidas e perigosas da história do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. Se você lembra, leitor, o contrato que era negociado para a volta do R10 era de um montante equivalente ao valor do Estádio Olímpico - 65 milhões. Mais que um equívoco, uma temeridade!
Frustrada a operação que tentava repatriar o dentuço fujão, o comando de futebol se voltou para cuidar das renovações e contratações. Tarde demais, pois por não priorizar, acabou perdendo Jonas, o artilheiro do Brasileirão 2010 e não conseguiu mais contratar nenhum jogador de expressão para a campanha da libertadores. Chegando ao cúmulo de viajar para um jogo decisivo da competição mais importante do ano, sem número regulamentar de jogadores.
A partir dali, sem capacidade de construir resultados significativos dentro de campo, o time do então treinador Renato Portaluppi começava a perder a consistência e regularidade que apresentava no final de 2010. Foi quando vimos, pela primeira vez na história, um presidente do tricolor torcer contra o próprio time, ao "secar" o comando do treinador e ídolo maior da torcida gremista.
A sequência dos episódios sugere mais que incompetência de gestão.
A negociação dos direitos de TV, fazendo do Grêmio o primeiro clube brasileiro a boicotar oficialmente a liderança do Clube dos 13, aliando-se aos interesses do presidente da CBF, Ricardo Teixeira e da Globo, em detrimento da união dos clubes brasileiros, comandada por Fábio Koff - maior presidente da história do Grêmio -, e a demissão de Renato Portaluppi, apontam para além da incapacidade gerencial e entram na órbita da irresponsabilidade administrativa e da falta de respeito aos verdadeiros e imortais ícones gremistas.
A contratação de um assessor do técnico do coirmão para comandar o time principal do Grêmio; a demissão do gerente de futebol contratado 27 dias antes e outras barbaridades que assistimos no Olímpico, sob a batuta de Odone, sem nenhum resultado positivo de campo, colocando o time no limite da classificação para a manutenção na primeira divisão, e tudo isso em menos de oito meses, colocam o primeiro mandatário do GFPA na galeria dos piores presidentes da história do Grêmio e dão aula de como não se deve comandar um clube de futebol.
Taddeu Vargas
Coordenação de Comunicação
Associação Grêmio Unido