segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Mea Culpa

A enquete realizada pelo site, que pesquisou a opinião do quadro social sobre a recontratação do jogador Ronaldo de Assis Moreira encerrou-se ontem, com o seguinte saldo:

1. Acessos ao site no período: 4.173
2. Número de votantes: 1.557
3. Votos SIM: 687 - 44% (concordaram com a recontratação do jogador)
4. Votos NÃO: 870 - 55% (não concordaram com a recontratação do jogador)
5. Número de dias da enquete: 7

Para fechar definitivamente o assunto do jogador que ficou de vir mas não veio, a direção precisa saber onde errou, não pode simplesmente jogar a culpa no comando da carreira do jogador; deve fazer a Mea Culpa.

A Associação Grêmio Unido entende que a média do pensamento do quadro social sempre é o melhor para o Grêmio e a direção do clube deveria ter prestado mais atenção a ela. Assim como teve, no dizer do presidente Paulo Odone, que tornar público a possibilidade do retorno do atleta, para ver a taxa de aprovação, deveria ter escutado o Conselho Deliberativo e os associados em última instância, no meio da negociação, quando ficou evidente que a instituição corria o risco de ser humilhada por essa família de mercenários, que, agora resta comprovado, apenas usou o Grêmio para valorizar o passe do jogador.

Se tivesse olhado além de seu umbigo, o Conselho de Administração teria abortado o projeto, antes do escrachamento total a que a Nação Gremista foi submetida, com aquela entrevista coletiva cinematográfica que os bandoleiros Irmãos Assis promoveram no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro e depois com a declaração dos 99,99%, proferida pelo fanfarrão dirigente do Milan.

Que essa conturbada e desgastante panacéia sirva de lição aos dirigentes, que devem zelar pelo nome do Imortal Tricolor, preservando-o de qualquer risco de exposição pejorativa e desmoralização, como foi o caso.

Outro aspecto que deve ser revisto, para que não se repitam episódios semelhantes, é a questão da proximidade do presidente do clube nas questões de maior relevância administrativa. O que vimos no malfadado projeto de repatriação do jogador foi a ausência do presidente nos momentos decisivos da negociação. Lá atrás, na campanha para as eleições do clube, essa questão foi levantada - tendo em vista sua condição de deputado estadual e ter que conciliar as duas atividades -, sendo imediatamente rechaçada pelo então candidato a presidente, comprometendo-se a estar presente no dia-a-dia do clube, comandando a gestão tricolor.

Se numa questão de tamanha importância - sendo reconhecida pelo próprio Paulo Odone como a maior negociação da vida do Grêmio -, vimos o presidente delegando funções, deixando para o vice e seus assessores de futebol o comando da operação, resta saber como serão administradas as demais e importantes demandas de gestão no Grêmio. Entendemos que essa questão precisa ficar clara, bem como a possibilidade de uma avaliação sobre as participações do Conselho Deliberativo e outras instâncias do clube e do quadro social, naquelas decisões de relevância crucial e que possam denegrir a imagem da instituição.

A Associação Grêmio Unido agradece a todos os sócios que atenderam o chamado e votaram na enquete, proporcionando, assim, um norte ao Conselho de Administração. Estaremos aqui tentando servir de ponte para uma aproximação do quadro social com a direção, fazendo valer a média do sentimento do associado gremista e tendo como objetivo o engrandecimento do clube e o absoluto sucesso das ações tricolores.

O Editor