sábado, 4 de março de 2017

O “erro” de Bolzan!

Luiz F Barbosa dos Santos
O início da temporada tricolor tem sido marcado por críticas à direção, em virtude da demora na realização de contratações de jogadores renomados. Pouco se debate o custo ou os critérios dessas contratações. Especulações de nomes jorram nos veículos de imprensa; palavras proferidas pelos dirigentes, como extravagância, são desvirtuadas por alguns (poucos, mas barulhentos) irresponsáveis profissionais.

O Presidente Bolzan, criticado recentemente nessa coluna por meio do artigo “As muitas extravagâncias de Bolzan”, assumiu o Grêmio com um discurso de responsabilidade financeira.

Rompendo com o tradicional modelo brasileiro de fazer futebol, Bolzan realizou uma limpa no grupo, dispensou atletas com altos salários e apostou nos valores da base e em contratações criteriosas. Embora muitos afirmassem que essa nova política levaria ao rebaixamento em 2015, a direção trabalhou em silêncio e manteve sua convicção. O resultado: classificação para a Libertadores!

Em 2016, Bolzan manteve a política de responsabilidade financeira e procedeu à contratação de reforços pontuais durante o ano (Bolanos, Kennemann). O primeiro semestre foi marcado pela perda da Libertadores e do Gauchão. A direção corrigiu alguns rumos e seguiu firme no propósito de reestruturar o clube.

Com uma conduta que priorizava o Grêmio em detrimento de sua glória pessoal, Bolzan escutou críticas de vários setores, que afirmavam que clube de futebol não precisa se preocupar com finanças! Mesmo assim, ciente de que conquistas pressupõe um clube sanado financeiramente, seguiu o trabalho de reestruturação.

No final do ano, porém, Bolzan cometeu seu grande “erro”! Ao invés de permanecer apenas reestruturando o clube, ousou tirá-lo da fila de 15 anos, vencendo a Copa do Brasil. Foi o que bastou para que os críticos saíssem de suas tumbas, para cobrar da direção contratações urgentes, dignas de um time campeão. Despejam críticas, mas, propositalmente, esquecem de referir os muitos acertos e, especialmente, a conquista do título.

Cobrar contratações é justo! Aliás, contratações são necessárias! Mas elas tem que ser efetuadas com responsabilidade e critérios, com tem sido feito rotineiramente por essa direção, que cometeu a extravagância de modernizar o clube e, ainda, conquistar mais uma Copa do Brasil!

Luiz Fernando Barboza dos Santos
Associado do Grêmio Unido e Conselheiro do Grêmio