quarta-feira, 8 de março de 2017

Extravagâncias do Futebol

O termo percorreu o Brasil nos últimos dias. Certamente porque ao longo dos anos, sempre foi lugar comum fazer extravagâncias no futebol, sem usar precisamente esse nome. Assim também acontece ainda no setor público. Os excessos, baseados numa premissa que o mundo político é igual a futebol e nunca quebra, tem seus dias contados.

Seja pela nova visão dada ao país pela Lava Jato, seja pela visão administrativa e gerencial que o Presidente do Grêmio tem dado ao negócio futebol, o fato é que as mudanças são necessárias para adequar a gestão à realidade.

Há pouco mais de dois anos, quando da posse de Romildo Bolzan na Presidência do Grêmio, tive a oportunidade de escrever neste espaço que ali se iniciava uma pequena revolução no futebol. Não somente pela troca de uma administração ou a contratação de um CEO, mas pela visão de gerenciamento do clube, através de procedimentos mais próximos da responsabilidade e do controle de atos emitidos pelo setor público.

Inobstante os escândalos que se sucedem no país, concretamente se vive um momento de transparência onde os fatos são denunciados e divulgados. Assim, a exigência de um comportamento mais responsável em relação ao futebol se impõe na atualidade.

Agindo de forma austera, mas com competência, os resultados aparecem. Podem  demorar alguns meses, anos até, mas acontecem, como se viu no Grêmio, vitorioso do primeiro título nacional em 15 anos.

A extravagância de Romildo significa aplicar um valor expressivo em determinado ativo (jogador), como numa obra pública de grande envergadura e imprescindível para o desenvolvimento de uma comunidade. O termo deve ter esse conceito, qual seja, de exceção, especial, um efetivo e importante incremento ao time, para que no futuro breve o resultado seja compensador e possa se justificar.

Extravagância não pode mais ser a normalidade no trato com a coisa pública e nem com o futebol. Os tempos são da racionalização, da administração e de responsabilidade fiscal e gerencial. O futebol precisa justamente dessa visão pública, pois o Grêmio, como os demais clubes, são realmente entidades públicas, não estatais.

Gladimir Chiele
Associado do Grêmio Unido e Conselheiro do Grêmio