segunda-feira, 25 de julho de 2016

Romildo, a diferença

Romildo Bolzan Jr.
Pouca coisa mudou no futebol brasileiro diante de tão graves denúncias, algumas acompanhadas de processos administrativos e criminais e até prisões, como vimos nos últimos dois anos no futebol brasileiro e mundial. A própria Copa do Mundo no Brasil, em 2014, fato tão relevante que normalmente vem acompanhado de uma grande onda de mudanças, para usar um eufemismo Lulístico, no nosso caso não passou de uma marolinha.

Dentro do campo, propriamente dito - e aí o raciocínio valendo apenas para o Brasil -, a situação parece que ficou ainda pior, o que transmite a ideia de que tragédias nem sempre são seguidas de correções de rumo (vide o caso dos 7x1), ou seja, alguém consegue perceber mudança para melhor no futebol do Brasil, desde que os fatos antes narrados nos deixaram cheios de esperanças por profundas alterações?

Todavia nós temos um fato novo no futebol brasileiro, diferente, um ponto fora da curva do gráfico do perfil dos dirigentes de clubes de futebol no Brasil. Claro que, os que acompanham futebol, principalmente os gremistas, sabem de quem estou falando. Isto mesmo, o "pato novo", o "ingênuo", o inexperiente Romildo Bolzan Jr.

Assim que assumiu, Romildo não renovou o contrato de jogadores renomados (como Barcos, Dudu, Marcelo Moreno, Zé Roberto e outros), mas com altos salários, para iniciar uma renovação no elenco, com prioridade para a Base Gremista, fonte de jogadores emocionalmente vinculados ao Grêmio, baratos, que hoje representam aproximadamente 60% da equipe titular e 90% do banco de reservas. O mesmo aconteceu com a comissão técnica onde a renovação foi total, no comando técnico e na preparação física, com preferência aos profissionais do próprio clube, ou formados nele, que, assim como os jogadores, têm salário menor e vínculo com o clube.

As mudanças na administração do clube seguiram o mesmo padrão - de contenção de custos e organização/modernização da gestão - e foi mais longe ao abrir os armários, onde repousavam "esqueletos" antigos e nunca enfrentados (Rodrigo Mendes, Kleber, Luxemburgo e vários outros), resolvendo pendências que há muito se arrastavam. 

Os recentes casos de contratação do zagueiro argentino Kannemann e da tentativa de renovação do lateral Marcelo Hermes dão bem uma ideia, da nova forma de administração das questões do clube. Em ambos os casos a direção não se dobrou à pedida dos empresários e estabeleceu seus termos nas tratativas, não negociando além das condições financeiras do clube e dos patamares antes projetados.

Talvez por isso tudo, Romildo tenha sido lembrado no centro do país - mais de uma vez -, como o dirigente de futebol ideal para assumir a presidência da CBF. Pelas mesmas qualidades foi uma das lideranças na criação da Primeira Liga dos Clubes de Futebol do Brasil e recentemente eleito Vice-presidente da Liga Sul-Americana de Clubes de Futebol.

Pra terminar, não seria justo deixar de fora uma referência ao trabalho do Conselho de Administração, que pela primeira vez na história do clube tem efetiva e importante contribuição, na votação e condução das políticas tricolores, definidas em reuniões semanais com o presidente e órgãos de assessoria. Mais uma diretriz presidencial, que agrega às experiências da gestão gremista seu DNA de vida transparente e democrática.
   
Coordenação Editorial
Associação Grêmio Unido