Para desespero de boa parte da imprensa gaúcha, a Rede Globo de Televisão resolveu apostar no torneio Primeira Liga, iniciativa dos gaúchos Grêmio e Internacional, dos mineiros Atlético e Cruzeiro, Flamengo e Fluminense e dos maiores do Paraná e de Santa Catarina; a antiga Sul-Minas. A maior rede de televisão brasileira acerta, neste momento, detalhes do financiamento da competição, via pagamento dos direitos televisivos, TV por assinatura, internet e telefone celular.
Informações em "off" de redações dos grandes jornais do centro do país já falavam desta possibilidade há algum tempo, embora os veículos da RBS, aqui da aldeia, teimassem em desmentir e criticar a iniciativa dos clubes, expondo de maneira indisfarçada o interesse comercial, em virtude da concorrência com o "charmoso gauchão".
A ânsia negocial interferiu na ética informacional, a ponto de darem como muito provável o abandono de Flamengo e Internacional, da nova liga, no episódio envolvendo os clubes mineiros, que redundou na saída temporária do Cruzeiro e demissão do CEO da Primeira Liga, Alexandre Kalil. Um blefe, para dizer pouco!
Pois aí está, a Primeira Liga se consolidando, com calendário definido, televisionamento, mas, sobretudo, com uma causa por vencer: devolver o protagonismo do futebol brasileiro aos clubes, ou, ao menos, colocá-los na mesa das negociações do futebol brasileiro, onde, desde a derrocada do Clube dos 13, sentam-se apenas CBF e TV.
Romildo Bolzan Jr. foi fundador e um dos maiores incentivadores da Primeira Liga, na época Copa Sul-Minas, justamente para pavimentar o retorno dos clubes ao comando do futebol, posição que defende desde a campanha eleitoral à presidência do Grêmio, ou muito antes, ainda como conselheiro do clube, em 2011, manifestando-se no Conselho Deliberativo e pedindo explicações sobre o absurdo de ser o Grêmio, o primeiro grande clube brasileiro a assinar individualmente um contrato com a Globo, acelerando o processo de implosão do Clube dos 13.
Mesmo assim, Wianey Carlet, um dos mais experimentados comentaristas de futebol da RBS, abordando o tema, há uns dias, em seu programa de música, no sábado de manhã, chamou o presidente do Grêmio de "pato verde", de "ingênuo", de "dirigente que não conhece a história do futebol e dos clubes brasileiros", como argumento para sua tese de que a Primeira Liga "nasceu morta". E ele (WC) não está sozinho nesta cruzada. O mediador do programa de maior audiência do rádio gaúcho, utilizando deste espaço privilegiado, faz campanha sistemática contra a criação e estruturação da Primeira Liga, ou seja, (ambos) contra os interesses do Grêmio e dos clubes brasileiros. Resta saber como se comportarão agora os citados jornalistas, com a compra dos direitos de televisionamento pela "incontestável Globo".
Por isso, caros e maravilhosos torcedores do maior clube do Sul do país, já que estamos todos expostos à mídia, diariamente, devemos refletir antes de aceitar tudo que os "experientes" comentaristas falam (ou pregam) através de seus canhões de audiência, dando a impressão de que falam verdades, ou dão informações, ou mesmo reportam opiniões que são fruto do consenso.
Quando a pauta for "Grêmio", prestem atenção no que diz nossa direção, antes de formar opinião!
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Associação Grêmio Unido