quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Nota de repúdio e responsabilização

A Associação Grêmio Unido deliberou em assembleia geral seu repúdio à manifestação do ex-presidente Paulo Odone, em entrevista levada ao ar pela rádio Gaúcha no dia 07/12/2013. Na oportunidade, acusou a atual administração de estar gerando déficits e necessitando suplementar o orçamento num suposto rombo de R$ 89 milhões.

Também referiu, de forma absolutamente irresponsável, possuir forte temor de que a direção venha a ‘quebrar’ o Grêmio com gastos acima da possibilidade de pagamento, extrapolando o orçamento projetado, com as despesas superando as receitas em valores nunca antes vistos.

O Grêmio Unido, não somente como grupo de sustentação política à atual gestão do Presidente Fábio Koff, além de repudiar com veemência a forma truculenta, verborrágica e meramente panfletária do ex-presidente, mas ainda como amante da verdade, não pode concordar com os argumentos lançados por quem deveria assumir a maior parte da responsabilidade pela situação gravíssima em que o Grêmio se encontra.

O déficit de R$ 89 milhões é fruto de atos de gerencia de exclusiva competência e responsabilidade da gestão anterior a do Presidente Koff, pois mais de 40% deste valor, exatos R$ 38 milhões, tem origem em despesas financeiras, ou seja, resultado do pagamento de juros da rolagem da dívida contraída em gestões passadas e, especialmente, a antecipação de recebíveis.
           
Vale dizer que a gestão anterior antecipou receitas que deveriam ingressar nos cofres do clube em 2013, tanto de televisão, como de outras dotações que foram consumidas na administração Odone.  Para ter uma noção exata desse descalabro financeiro, até 31/12/2012, portanto, final da gestão anterior, o Grêmio já havia antecipado receitas futuras na ordem de R$ 60 milhões.
           
Com base numa antecipação da verba da televisão, que deveria entrar em 2013, portanto na atual administração, houve o ingresso de R$ 28 milhões ao final do ano passado, tornando o balanço do exercício ardilosamente superavitário. Isso foi possível em vista do uso de dinheiro que era da gestão de Fábio Koff.
           
Ainda estão contabilizados no déficit anunciado, R$ 22 milhões, fruto da renegociação do contrato Arena com a OAS, que reduzirá o montante estratosférico de repasse da migração, cujo valor foi assinado no final do ano passado, inclusive após a eleição do Presidente Koff, por nada menos que R$ 41 milhões anuais. À composição do ‘rombo’ se agregam ainda quase R$ 10 milhões para o museu do Grêmio, assumido pelo famigerado contrato e em torno de R$ 21 milhões que foram investidos no futebol, razão da existência do clube.
           
Tais valores, estes sim gastos na gestão Koff, podem ser considerados como investimentos, e não meras despesas, pois assim houve uma qualificação da equipe para disputar a libertadores.
           
O Grêmio Unido, sempre que necessário o restabelecimento da verdade, estará apresentando as informações pertinentes à situação do clube, especialmente com relação ao negócio Arena, que vem sufocando as finanças do Grêmio desde o início das operações.
           
Por ora, conforme se verifica da leitura da reportagem de capa da Zero Hora de hoje, dia 12/12/2013, há muito o que falar e a demonstrar sobre a responsabilidade do ex-presidente Paulo Odone na grave situação financeira do Grêmio. A forma como a direção anterior conduzia o clube, o descontrole financeiro, os acertos ilícitos e abusivos retratados na matéria, são apenas uma amostra do que era realizado dentro do Conselho de Administração anterior, orientado e presidido por quem não observou os interesses do clube.
          
           
Porto Alegre, 12 de dezembro de 2013

Coordenação Editorial
Associação Grêmio Unido