Esta reflexão vem a
propósito do recente reaparecimento do ex (e eterno) Presidente
Fábio André Koff no cenário dos debates públicos que, intensificados pelo ano eleitoral, autopsiam o passado, dissecam o presente e
talvez definam (para o bem ou para o mal) o
futuro do nosso GRÊMIO.
Mas ao contrário do que
o título deste artigo (corruptela da saudação que os gladiadores - não o Kleber
- faziam ao Cesar - não o
do gol de 83, contra o Peñarol) pode sugerir ao leitor
apressado, não se trata de um texto de louvação a um ídolo, tampouco de
revelação de um líder messiânico a quem
os integrantes do GREMIOUNIDO imputam poderes mágicos de alquimia
administrativa para solução de todos os males do Clube.
Não! Ao contrário, queremos, aproveitando o eixo central dos
recentes pronunciamentos do Presidente Koff, chamar a atenção, como ele o fez,
para a falência do modelo “imperial” de administração de clubes de futebol,
aquele que, suspeita-se (e daí a frase título), tenha sido inspirado na Roma
dos Césares.
Queremos reafirmar,
alinhados ao pensamento do Dr. Koff, que, no mundo contemporâneo (assim
entendido o da economia globalizada, do futebol de alto rendimento, do
esporte-‘business’, das franquias, das holdings, do mercado - oficial e
paralelo - dos direitos federativos de atletas, dos novos códigos coorporativos
e mercantis que incluem uma rede influente de intermediários e sistemistas, da
necessidade de profissionalização da gestão até nas categorias de base, tratada,
esta, inclusive, como fonte de futuros consumidores fidelizados dos produtos do
Grêmio), não há mais espaço para o
coronelismo amadorístico, para o caudilismo,
para o culto fundamentalista à personalidade de quem quer que seja, não há lugar para a exaltação
individual, para a deusificação política
de uma pessoa, esta visão de governança medieval, quase renascentista, caducou,
revelou-se ineficiente, perdeu atualidade e consistência, não produz mais resultados, embora muitos teimem em não
perceber (talvez uma cegueira conveniente).
Os resultados do GRÊMIO
nas últimas competições desnudam, com a contundência das estatísticas, esta
realidade. Aliás, o próprio estatuto do Clube determina uma gestão colegiada,
coletiva, impessoal e profissionalizada na execução (não seria esta uma boa
hora, Senhores Conselheiros, de cumpri-lo, na íntegra?).
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Pois bem, a partir desta
conclusão, um aviso se impõe àqueles que se lançarão à disputa eleitoral que se
avizinha: futuros(as) candidatos(as), a torcida do GRÊMIO, em geral, e os
sócios, em particular, açoitados pelos
pífios resultados (especialmente no futebol) das últimas administrações, não aceitam mais ‘terceirizar’ as decisões
estratégicas sobre os desígnios do Clube a uma pessoa ou delegá-las a uma restrita confraria de Cardeais escolhidos e
ungidos pelo Imperador de plantão.
Não, senhores(as)
candidatos(as), percebam que vivemos um momento emancipatório em que os sócios,
finalmente, se descobriram os verdadeiros donos do GRÊMIO (os poderes da Assembléia Geral são explícitos na
legislação, especialmente no Código Civil), o quadro social não é mais um
rebanho em busca do pastor (sem referência irônica do Tite) nem um cardápio de
fácil degustação política que capitule diante de qualquer orador bem preparado
na arte do discurso persuasivo.
Não queremos um tutor,
nem precisamos de um curador que pense por nós. Não aceitamos genéricos
aiatolás, duces, kaisers ou fuhers. Não
queremos um Profeta que nos conduza, pelo deserto, à terra (ou Arena) prometida, sob o leito do
mar vermelho, queremos apenas um bom gestor que nos conduza a muitas vitórias
sobre o time dos ‘vermelhos’. Não queremos precisar torcer pelo Fluminense para
tirá-los de lugar onde o Grêmio deveria estar (a Libertadores).
Sim, é simples, só queremos
planejamento, gestão e resultados positivos no futebol. Não queremos perder
espaço nos rankings nacionais e internacionais, queremos voltar a ser o
primeiro do Brasil. E não admitimos mais ser coadjuvantes e/ou meros
observadores passivos do processo eleitoral. Nós exigimos protagonismo,
queremos interferir, ser ouvidos,
opinar, decidir e votar. E aproveitamos para avisar que o voto do
gremista não está “à venda”, até porque paixão não tem preço, nem partido!
Mas voltando e
esclarecendo a referência contida no título deste artigo, um registro se impõe:
o tabuleiro político do GRÊMIO estava incompleto, carente de uma peça
fundamental. Faltava o Presidente mais vitorioso da história institucional, o
Presidente Koff. Pois ele está de volta ao octógono dos grandes debates
gremistas.
Não sabemos se ele será
candidato, não sabemos se apoiará alguma candidatura, mas estes sinais que advém das suas recentes inserções da mídia nos autorizam a
uma ilação lógica, uma bem-vinda conclusão, uma benfazeja conclusão, um alento
ao deprimido contexto azul, ele está de
volta ao debate político, ele se permite participar, ao menos expondo suas
opiniões, apreensões, razões e propostas
de qualificação do Clube. E o debate, com ele,
se eleva e se torna mais resolutivo. E não pelo fato de ser um ídolo, (o
modelo idólatra é o que combatemos) mas porque certamente trará valiosas
contribuições auridas de sua experiência, inteligência, sensibilidade política
e espírito inovador.
Para o gremista, O Dr. Koff
é um ídolo, mas, para o GREMIO UNIDO
ele é, objetivamente, o grande ‘case’ de sucesso na gestão do futebol da história do Clube (só
ombreável, talvez, ao devotadíssimo e também vitorioso Dr. Hélio Dourado).
Portanto, Dr. Koff,
vibramos com sua aparição e desejamos que ela não seja episódica, e o fazemos
porque queremos, neste debate, os melhores quadros do Grêmio e para o Grêmio,
estejam eles afinados ou não com as propostas do GREMIO UNIDO. Queremos, neste
fórum eleitoral que se aproxima, aqueles
que já descobriram, como o Presidente Koff e
Ferran Soriano (vice-Presidente do Barcelona de 2003 a 2008) que “a bola
não entra por acaso”.
E dá-lhe Grêmio!
Coordenação Editorial
Associação Grêmio Unido