domingo, 13 de maio de 2012

Ave Koff, os que vão votar te saúdam!


Esta reflexão vem a propósito do recente reaparecimento do ex (e eterno) Presidente Fábio André Koff no cenário dos debates públicos que,  intensificados pelo ano eleitoral,  autopsiam o passado, dissecam o presente e talvez definam (para o bem ou para o mal) o  futuro do nosso GRÊMIO.

Mas ao contrário do que o título deste artigo (corruptela da saudação que os gladiadores - não o Kleber -  faziam ao Cesar -  não o  do gol de 83, contra o Peñarol) pode sugerir ao leitor apressado,  não se trata de  um texto de louvação a um ídolo, tampouco de revelação de  um líder messiânico a quem os integrantes do GREMIOUNIDO imputam poderes mágicos de alquimia administrativa para solução de todos os males do Clube.

Não! Ao contrário,  queremos, aproveitando o eixo central dos recentes pronunciamentos do Presidente Koff, chamar a atenção, como ele o fez, para a falência do modelo “imperial” de administração de clubes de futebol, aquele que, suspeita-se (e daí a frase título), tenha sido inspirado na Roma dos Césares. 

Queremos reafirmar, alinhados ao pensamento do Dr. Koff, que, no mundo contemporâneo (assim entendido o da economia globalizada, do futebol de alto rendimento, do esporte-‘business’, das franquias, das holdings, do mercado - oficial e paralelo - dos direitos federativos de atletas, dos novos códigos coorporativos e mercantis que incluem uma rede influente de intermediários e sistemistas, da necessidade de profissionalização da gestão até nas categorias de base, tratada, esta, inclusive, como fonte de futuros consumidores fidelizados dos produtos do Grêmio),  não há mais espaço para o coronelismo amadorístico, para o caudilismo,  para o culto fundamentalista à personalidade de quem quer que seja,  não há lugar para a exaltação individual,  para a deusificação política de uma pessoa, esta visão de governança medieval, quase renascentista, caducou, revelou-se ineficiente, perdeu atualidade e consistência, não produz mais  resultados, embora muitos teimem em não perceber (talvez uma cegueira conveniente).

Os resultados do GRÊMIO nas últimas competições desnudam, com a contundência das estatísticas, esta realidade. Aliás, o próprio estatuto do Clube determina uma gestão colegiada, coletiva, impessoal e profissionalizada na execução (não seria esta uma boa hora, Senhores Conselheiros, de cumpri-lo, na íntegra?).

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Pois bem, a partir desta conclusão, um aviso se impõe àqueles que se lançarão à disputa eleitoral que se avizinha: futuros(as) candidatos(as), a torcida do GRÊMIO, em geral, e os sócios, em  particular, açoitados pelos pífios resultados (especialmente no futebol) das últimas administrações,  não aceitam mais ‘terceirizar’ as decisões estratégicas sobre os desígnios do Clube a uma pessoa  ou delegá-las a uma  restrita confraria de Cardeais escolhidos e ungidos pelo Imperador de plantão.

Não, senhores(as) candidatos(as), percebam que vivemos um momento emancipatório em que os sócios, finalmente, se descobriram os verdadeiros donos do GRÊMIO (os poderes da  Assembléia Geral são explícitos na legislação, especialmente no Código Civil), o quadro social não é mais um rebanho em busca do pastor (sem referência irônica do Tite) nem um cardápio de fácil degustação política que capitule diante de qualquer orador bem preparado na arte do discurso persuasivo.

Não queremos um tutor, nem precisamos de um curador que pense por nós. Não aceitamos genéricos aiatolás, duces, kaisers ou fuhers.  Não queremos um Profeta que nos conduza, pelo deserto, à  terra (ou Arena) prometida, sob o leito do mar vermelho, queremos apenas um bom gestor que nos conduza a muitas vitórias sobre o time dos ‘vermelhos’. Não queremos precisar torcer pelo Fluminense para tirá-los de lugar onde o Grêmio deveria estar (a Libertadores).

Sim, é simples, só queremos planejamento, gestão e resultados positivos no futebol. Não queremos perder espaço nos rankings nacionais e internacionais, queremos voltar a ser o primeiro do Brasil. E não admitimos mais ser coadjuvantes e/ou meros observadores passivos do processo eleitoral. Nós exigimos protagonismo, queremos interferir, ser ouvidos,  opinar, decidir e votar. E aproveitamos para avisar que o voto do gremista não está “à venda”, até porque paixão não tem preço, nem partido!

Mas voltando e esclarecendo a referência contida no título deste artigo, um registro se impõe: o tabuleiro político do GRÊMIO estava incompleto, carente de uma peça fundamental. Faltava o Presidente mais vitorioso da história institucional, o Presidente Koff. Pois ele está de volta ao octógono dos grandes debates gremistas.

Não sabemos se ele será candidato, não sabemos se apoiará alguma candidatura,  mas estes sinais que advém das suas  recentes inserções da mídia nos autorizam a uma ilação lógica, uma bem-vinda conclusão, uma benfazeja conclusão, um alento ao deprimido contexto azul,  ele está de volta ao debate político, ele se permite participar, ao menos expondo suas opiniões, apreensões, razões  e propostas de qualificação do Clube. E o debate, com ele,  se eleva e se torna mais resolutivo. E não pelo fato de ser um ídolo, (o modelo idólatra é o que combatemos) mas porque certamente trará valiosas contribuições auridas de sua experiência, inteligência, sensibilidade política e espírito inovador.

Para o gremista,  O Dr. Koff  é um ídolo, mas, para o GREMIO UNIDO  ele é, objetivamente, o grande ‘case’ de sucesso  na gestão do futebol da história do Clube (só ombreável, talvez, ao devotadíssimo e também vitorioso Dr. Hélio Dourado).

Portanto, Dr. Koff, vibramos com sua aparição e desejamos que ela não seja episódica, e o fazemos porque queremos, neste debate, os melhores quadros do Grêmio e para o Grêmio, estejam eles afinados ou não com as propostas do GREMIO UNIDO. Queremos, neste fórum eleitoral que se aproxima,  aqueles que já descobriram, como o Presidente Koff e  Ferran Soriano (vice-Presidente do Barcelona de 2003 a 2008) que “a bola não entra por acaso”.

 E dá-lhe Grêmio!

Coordenação Editorial
Associação Grêmio Unido