Taddeu Vargas |
O aniversário do título máximo conquistado pelo Tricolor provoca em mim emoções diferentes daquelas que experimentei noutros 11 de dezembro, desde aquele, em 1983.
Antes, lembrar da vitória sobre o Hamburgo, com os dois gols do Renato Portaluppi era como viajar leve, pelas recordações do título conquistado em Tóquio, com um pé no chão à espera de um BI com novos protagonistas em campo, mas com a mesma marca no peito.
Agora, a lembrança da glória alcançada se confunde com sonhos em noites tormentosas, onde desfilam horrendas figuras escarlates, personagens dentuços e falsos tricolores e suas estórias de arenas e imortalidades, tal qual demônios tentando roubar minhas glórias e meu gremismo.
O que era possível e mesmo natural, buscar o tri da América e o bi mundial, de repente, virou tarefa impensável, como almejar um título nacional lá nos anos 60.
Parece tão distante esta realidade... que morava na gente; que falava de grandeza e de orgulho de conquistas de campo, comprovadas com taças nos armários do Estádio Olímpico e com duas gerações de torcedores espalhados pelo mundo, campeões de pesquisas de comparação de torcidas.
Que praga é esta que teima em diminuir o tamanho do meu Grêmio? Será que a prática de
resolver na segunda o que vai fazer na terça é um sintoma do desvario ou é a causa da inconstância e a consequente ausência de resultados?
E a campanha institucionalizada de ofuscar as questões do futebol girando os holofotes para assuntos menos depressivos e outros subjetivos, ou ainda fugindo da responsabilidade e imputando os péssimos resultados à outrem, como se o comando pudesse estampar no currículo próprio as glórias e no alheio às derrotas?
Taddeu Vargas
Jornalista
Ex-conselheiro do Grêmio