Têm dois atributos que não podemos negar ao Sr. Paulo Odone, presidente do Grêmio: seu gremismo e sua inteligência. Hoje resolvemos falar apenas de suas qualidades, por justiça e porque, afinal, hoje é Páscoa, dia sagrado da ressurreição, dia de paz e de perdão.
O presidente do Grêmio, antes de que qualquer outro enxergou que a suposta maioria, que, como força política, detém no Conselho Deliberativo não é confiável. É uma falsa maioria, eis que oriunda de uma breve e precária leitura, de um momento incerto da vida gremista.
Logo depois da eleição que aclamou Odone, se viu que a gestão de Duda Kroeff não fora tão ruim assim, que o condomínio de credores estava quase sepultado; que o projeto Arena tinha saído do papel; que tinha ficado um time montado para a temporada seguinte; que tínhamos derrotado os vermelhos no gauchão e nos classificado para a Taça Libertadores e, principalmente, que restara da gestão anterior um legado de ética desportiva e exemplo de postura dirigente.
Grande parte dos 180 conselheiros que assumiram, em face da vitória esmagadora nas eleições para o Conselho Deliberativo, em setembro de 2010, não têm laços políticos que os liguem à liderança de Odone. Estão lá mais por instinto de manada, de mudança, fruto daquela leitura precária antes aludida, do que por fidelidade à figura do atual presidente. E ele sabe disso.
Tanto sabe que tratou de recompor relações com segmentos mais confiáveis e abriu temporada de reconciliação com seus anteriores desafetos. Assim foi no convite a membros da direção anterior, para viajarem com a delegação à Bolívia e no mesmo diapasão, a receptividade ao ex-presidente Cacalo, em recente visita deste ao Olímpico.
Claro que o episódio do Clube dos 13 e o rompimento com Fábio Koff também pesaram nessa guinada comportamental de Odone. O presidente sabe que suas atitudes mexeram profundamente com uma das poucas unanimidades tricolores.
A mesma sede de mudança que tomou conta de grande parte da torcida, do quadro social e dos seguimentos mais próximos da gestão, no alvorecer da primavera de 2010 - ainda sem que os resultados do time de Renato se transformassem em realidade na tabela -, é comum e cíclica, podendo ocorrer com qualquer direção, em qualquer momento na vida do clube. E o Dr. Paulo Odone sabe que não está livre disso.
Taddeu Vargas
Coordenação de Comunicação
Associação Grêmio Unido