sábado, 15 de janeiro de 2011

Reflexão

Agora que baixou a poeira do caso do jogador que ficou de vir, mas não veio, e tendo em vista a absoluta relevância da questão para o futuro da instituição, voltamos ao assunto e convidamos os associados do clube e os gremistas, distintos leitores deste blog, a uma reflexão: o Grêmio, através de sua direção, esteve prestes a realizar um negócio, cujo investimento seria maior do que o da Arena Tricolor. Na construção do novo estádio, o investimento do clube é a cessão do patrimônio da Azenha, para a OAS. O Estádio Olímpico foi avaliado em 65 milhões aproximadamente. Segundo a imprensa gaúcha e a própria direção, o negócio com o ex-jogador do Milan, roçava a cifra dos 70 milhões, nos quatro anos de contrato.

A mesma direção deixou vazar a informação que o Grêmio estava assumindo os primeiros salários do jogador, pois os contratos de marketing que bancariam parte dos vencimentos do atleta ainda não estavam fechados. Estamos falando de R$ 1.200.000,00 /mês, a incidir sobre uma folha de pagamento já inchada (o Grêmio arcaria com 400 mil e os patrocinadores 800 mil – Mas se não conseguisse os patrocinadores, quem seria acionado na justiça?

Sem entrar no mérito das consequências práticas de ambos os investimentos, queremos entender - e para isso pedimos sua opinião e seu comentário aqui no blog - o que levou o Conselho de Administração do Grêmio a tocar em frente e ir quase até as últimas consequências, um negócio de tal hierarquia financeira, que certamente comprometeria a instituição nos próximos 4 anos, ou mais, sem garantias efetivas e acertadas, de que tal projeto seria auto-sustentado.

O Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense vem tentando administrar um passivo, com dificuldades extremas, desde que circunstâncias parecidas, há dez anos, colocaram à prova nossa imortalidade, com a conjugação de duas desgraças consorciadas: ISL & Irmãos Assis.

Durante esses 10 anos lutamos bravamente para a redução dessa dívida, não sem visíveis prejuízos técnicos, comprovados pela ausência de títulos significativos no período. Agora, com a situação ainda difícil, mas já sob controle, não podemos aceitar a aventura a que fomos expostos, que colocou o GFPA numa negociação que envolvia cifras maiores do que as do maior projeto gremista de todos os tempos - a construção da Arena Tricolor - em nome de um suposto e improvável sucesso de um projeto de marketing e ainda menos possível ganho técnico, justamente para trazer de volta para o olímpico, um dos protagonistas daquela desgraça. Quem sabe a direção queira trazer, também, o presidente da época e, ainda, convidar os ex-sócios da ISL (extinta) para uma parceria?

A ação temerária e a irresponsabilidade financeira demonstradas pelo Conselho de Administração, no episódio recente, devem servir para uma reflexão profunda, e autorizam uma reação vigorosa do Conselho Deliberativo e de outras instâncias do clube, na fiscalização criteriosa e comprometida dos futuros atos da direção.

O Editor