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Romildo Bolzan Jr. |
A Associação Grêmio Unido tem foco prioritário no relacionamento com o quadro social tricolor, esteio principal e fonte do gremismo que corre azul nas veias do tricolor imortal. É a esse público que dirijo minhas palavras, embora, pela gravidade que encerram, com humildade e respeito, penso que devam ser matéria de reflexão de todo o universo gremista.
O que relatarei aqui não ouvi dizer, não li em jornais, nem vi na televisão. Ocorreu na sala de reuniões do Conselho Deliberativo do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, onde eu estava, atendendo convocação oficial de reunião ordinária, que tinha como pauta principal o exame do planejamento estratégico da instituição, revisão orçamentária para 2011 e assuntos gerais.
Após a aprovação da matéria pautada, o presidente Paulo Odone pediu a palavra e fez referência à negociação dos direitos de mídia dos jogos do Grêmio, fazendo considerações sobre as vantagens de um contrato independente com a Rede Globo, sem a interferência do C13.
Pela importância do assunto e pelo clamor que se ouve de gremistas nas diversas fontes de manifestação que tenho acesso, buscando uma palavra de esclarecimento da direção, sobre o rompimento do clube com seu líder maior, Dr. Fábio Koff e a entidade presidida por ele, que até então representava o Grêmio e os demais grandes clubes brasileiros, nas negociações do direitos de mídia, pedi uma explicação ao Paulo Odone sobre essa questão, fazendo considerações que entendia relevantes, como por exemplo, o por que do Grêmio ser um dos primeiros a anunciar que não atenderia o edital do Clube dos 13, manifestando intenção de negociar de modo isolado, determinando uma fragilização na negociação coletiva e na unidade dos clubes brasileiros, pois o presidente do Grêmio deveria ser o último a minar este processo, em face do que representa o Presidente Fábio Koff para a nação tricolor.
Ainda disse que entendia haver um processo "viciado", por força do Grêmio, muito prematuramente, sem esperar as deliberações do Clube dos 13, que anunciava negociação mais vantajosa, já projetar o acerto com a Rede Globo de Televisão. Trata-se, aqui, de componente ético importante neste relacionamento e que para mim tem enorme peso.
O que aconteceu a seguir, de certa forma, justifica toda minha preocupação. O presidente do Grêmio, em vez de responder e esclarecer a posição da direção, atalhou o arrazoado e de modo alterado, passou a atacar, como se tivesse sido insultado e não questionado. A mesma atitude do Paulo Odone acabou atingindo outros interlocutores, a seguir, os conselheiros Adalberto Preiss e Renato Moreira – que intervieram referindo a mesma pauta.
Ao final de sua verborragia patrolante o Sr. Paulo Odone, no melhor estilo chavista, intimou sua maioria delirante a aprovar seu espetáculo, no que foi prontamente obsequiado, para depois, numa atitude desrespeitosa, arrogante e grosseira, se retirar da sala, deixando os conselheiros que o questionavam, perplexos.
A intempestiva e truculenta atitude livrou-o de responder as perguntas que alguns conselheiros gremistas queriam ouvir - e tentar entender -, o que pode levar um dirigente do clube a ignorar a importância de Fábio Koff no Grêmio e na defesa do interesse dos clubes brasileiros, para, traindo a história gremista, juntar-se em conluio temerário com entidades que não defendem os interesses do Imortal Tricolor,
Será que o chefe do executivo do Grêmio agiria assim, se não tivesse ampla maioria no Conselho Deliberativo? Esta é uma questão de relevância superior e envolve a propalada cláusula de barreira, que voltarei aqui, oportunamente, para discutir com vocês.
Saudações tricolores!
Romildo Bolzan Jr.
Conselheiro do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense